quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ele me trocou por outra... Parte I - A auto estima

Este artigo será dividido em algumas partes, nas quais, discutir-se-ão diversos fatores envolvidos no sofrimento de mulheres que perderam seu companheiro para uma concorrente. Comecemos com a auto estima

- Ontem ele chegou e disse que tudo acabou! O namoro, a amizade, o noivado. Eu não podia aceitar um fim assim, sem explicações! Há alguns meses ele estava estranho, meio ausente. Canalha! Ele estava saindo com outra Eu cutuquei até ele confessar!
- São canalhas os homens que, só porque saem com outras, ficam distantes das namoradas e não lhes dá atenção, você não acha?
Esse comentário, aparentemente machista (trata-se de uma técnica de confusão), serviu para romper o raciocínio rancoroso de Mônica e abrir a brecha que eu precisava para começar a ajudá-la.
Quando o problema é relacionamento, geralmente, as mulheres, antes de procurar terapia, passam por diferentes estágios de aconselhamentos com amigas e com diversos gurus da auto-ajuda que, no auge de seu pensamento otimista, tentam fazê-las acreditar que o homem que perderam era um tranqueira, que mereciam alguém melhor, à sua altura! Ainda: que precisam descobrir a mulher poderosa que habita em seu ser e que era sufocada por aquele macho egoísta e ingrato que a abandonou . É a tática de desdenhar o ex-companheiro.

- Minha melhor amiga disse que homem que faz isso não presta?
 - Até ontem ele prestava. O problema não é esse.
Sinceramente, as amigas, com certeza, são afetadas em suas opiniões. Falarão. como se fossem advogadas de defesa da amiga que perdeu seu par e, principalmente, como se elas próprias tivessem passando por isso. Dependendo de suas inseguranças, fornecerão conselhos frágeis e contaminados pelas próprias vivências. Serão, porém, conselhos bastante atrativos pois, elevam a auto estima e desvalorizam o caráter o ex.
O próximo estágio, ainda dentro da estratégia da auto estima, é denegrir a concorrente (e vencedora), principalmente no quesito corpo: dirão que a outra tem celulite, é gorda, etc, sente-se poderosa e torce pelo fracasso do ex com rival. Esse é o momento da raiva que, Aristóteles define como sendo uma tristeza acompanhada do desejo de vingança. Tristeza pela perda, do homem e da auto estima (entre outros fatores que serão discutidos adiante) e a vingança, que se configura na fantasia de que ele vai se dar mal com a outra, que ela é mulher certa (melhor) e ele errou ao trocá-la.
A auto estima é, apenas, um dos fatores que podem estar envolvidos na dor da troca. Basicamente, trata-se da conclusão de que não é boa suficiente para aquele homem e, pior, há alguém que é. Isso dói duplamente!

Reflitam:
Juliana, mulher de meia idade, foi trocada porque seu ex-marido preferiu uma mulher mais jovem, com contornos mais definidos e excitantes.
Antonia perdeu a companhia do marido porque ele deixou de admirar sua postura de esposa caseira, que cuida da família e dos afazeres domésticos. Encontrou uma colega no trabalho que passou a julgar mais produtiva e gostou da idéia.
Claudia, uma bonita balzaquiana, foi trocada por uma mulher sexualmente mais liberal. Seu namorado, aparentemente prefere prazeres sexuais mais intensos a uma companhia mais carinhosa e menos física.

Mulheres como Juliana, Antonia e Claudia foram trocadas por outras porque não atendiam mais às expectativas dos respectivos cônjuges. Mas, isso não as torna mulheres sem valor. Eles é que não souberam mais saborear o que elas tinham de bom a oferecer. Haverá quem saiba e desfrute disso.
Elas perderam seus relacionamentos e sofrer por isso é normal. O que não é saudável é perder a estima por si.

Essas mulheres desenvolveram maturidade para continuarem estimando a si mesmas. Juliana entendeu que envelhecer faz parte saudável da vida e se Sérgio não estava pronto para isso, foi realmente melhor para ela que acabasse ali. Antônia chegou a se sentir-se mínima por achar que a moça que tomou seu lugar seria mais mulher, mais inteligente e produtiva mas, entendeu que trata-se de uma questão de foco: para ela, ser mulher é ser cuidadora de casa, marido e filhos.
- Ele que se dane! Se ele prefere uma mulher de escritório, que vá ser feliz com ela e me deixe em paz!

Claudia até reconheceu que seu comportamento sexual inibido não era positivo nem mesmo a ela, mas concluiu que isso não deve ser um fator predominante num relacionamento, a ponto de finalizá-lo.
O desafio para essas mulheres foi descobrir que eles não as queriam mais porém, elas não eram descartáveis. Muito pelo contrário!

Continua... talvez aos poucos, a cada artigo, esse tema possa ser melhor compreendido

Em breve: Ele me trocou por outra... Parte II – Saber perder

Grato aos que acompanham aqui!
 
 
 
 
 

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